Saudade

Quebrar o braço dói. 

Morder a língua dói também, mas passa.

Dor doída mesmo é a tal da saudade.

Tem saudade que telefone e avião resolvem.

Tem saudade que basta deixar o orgulho de lado que ela acaba...

E tem a saudade que eu sinto.

Pensava que só existia saudade das coisas que estavam na lembrança, mas eu sinto saudades de coisas que nem aconteceram.

Senti saudades de apresentar meu primeiro namorado, do meu aniversário de 15 anos, da minha formatura e tantas outras coisas que eu desejava que Ele estivesse aqui.

Saber que passou e que não volta mais talvez devesse servir de conforto, e de fato em alguns momentos ainda serve, mas a ausência permanente de quem não faz mais parte do corpo físico na Terra dói por demais.  

É numa gargalhada feliz que os olhos marejam ao se lembrar de bons momentos juntos. E se me perguntam se estou triste por estar chorando respondo que não, definitivamente não. Só estou com dor de saudade...

E se Saudade hoje tivesse um nome, a minha seria Luiz.

Papai e Gabi

Receitinha: Camarão cremoso no coco verde com Arroz de manga

Não é novidade nenhuma que eu adoro cozinhar (lembrando que isso não inclui picar cebola e arrumar cozinha) e vou postar aqui no blog algumas receitinhas que testo e aprovo!

Na minha ida a Itaúnas-ES experimentei um camarão no coco verde e decidi que faria essa receita em casa também. Pesquisei alguma coisa na internet mas no final acabei criando minha própria receita.

Postei no face foto desse prato e muitas pessoas me pediram a receita, então vou postar bem explicadinho aqui para até os mais leigos em cozinha conseguirem fazer essa delícia!!

Além de ser um prato super charmoso é déli déli!

Camarão cremoso no coco verde acompanhado de Arroz de manga

Ingredientes:

- 2 cocos verdes mais novos (daqueles que tem a massinha do coco um pouco mole ainda - Na verdade um dos cocos vai servir apenas de "vasilha", então o que precisa meeeesmo é de apenas 1 coco se você for servir o arroz em vasilha separada)
- 600 gramas de camarão para molho (eu usei o miudinho, mas tudo vai depender do seu poder aquisitivo no momento, quanto maior o camarão, melhor. Mas como o coco não é muito grande, o limite de um camarão sem casca de uns 4cm é o suficiente)
- Meio limão espremido
- Meio copo de requeijão de ervas finas (gosto do da Itambé)
- Meia caixinha de creme de leite
- 1 cebola pequena bem picadinha (eu gosto que a cebola suma)
- 1 tomate médio picado
- Meio pimentão amarelo picadinho
- Coentro, salsinha e cebolinha (cheiro verde) picadinhos (um maço pequeno de cada. O coentro é forte, eu uso menos)
- 1 copinho de cachaça
- Muçarela ralada para gratinar
- Arroz (para 2 pessoas: 2 xícaras de arroz cozido e temperado normalmente)
- 2 mangas picadas (usei a manga ubá, mas acho que pode ser qualquer uma)
- 1 colher de manteiga
- Azeite para refogar

Arrumando o coco:

Com uma faca grande e bem amolada (uso um facão que meu padrasto usava no açougue) tire uma tampinha da parte de baixo do coco (apenas para que ele consiga se manter de pé). Na parte de cima faça uma abertura mais ou menos do tamanho da suas mãos quando unem os dedos fazendo um círculo (olhem a foto do prato pronto que fica mais fácil entender).
Mantenha a massinha do coco dentro do coco que for servir o camarão.
O outro coco, que vai ser utilizado apenas como "vasilha" para o arroz, pode retirar a massinha e comer (eu amo!!).

Reserve a água do coco.

Para o molho de camarão:

Lave os camarões e deixe no tempero uns 10 minutos (usei alho socado, sal, ajisal, pimenta do reino e um pouco de limão espremido)
Numa panela refogue a cebola no azeite (eu gosto de deixar ela quase sumir), junte o tomate e o pimentão e deixe cozinhar um pouquinho, cerca de 5 minutos (nessa hora eu coloquei 1/2 copo da água de coco e deixei cozinhar junto) e reserve.
Numa frigideira bem aquecida refogue o camarão no azeite (cerca de 3 minutos, senão ele fica borrachudo). Quando a água que o camarão soltar começar a secar, coloque a cachaça e flambe o camarão (para flambar, basta colocar a cachaça e inclinar a frigideira em direção ao fogo, o fogo vai permanecer na panela por menos de 1 minuto.)
Quando o fogo apagar, junte o camarão ao molho de tomate, pimentão e cebola, acrescente o requeijão, o creme de leite e o cheiro verde e acerte o sal (pode usar caldo sazon "Sabores do Nordeste" que dá um gostinho bom também) e coloque tudo dentro do coco salteando a muçarela ralada por cima (cuidado para a muçarela não cair na beirada do coco fora do molho, senão ela queima no forno e fica feia). Coloque em forno médio até a muçarela gratinar bem.

Dica 1: Se você aquecer o coco no forno por uns 10 minutos antes de colocar o molho este ficará mais quente, no entanto o coco ficará mais feio (escuro), mas isso é apenas questão de estética, eu aconselho a deixar o coco no forno antes.
Dica 2: Quando for se servir do molho de camarão não se esqueça de raspar o coco, essa massinha dá um sabor todo especial ao prato!

Para o arroz com manga:

Em uma frigideira refogue em fogo baixo a manga picadinha na manteiga até que ela fique bem macia e comece a desmanchar. Coloque uma pitadinha de sal e junte ao arroz já cozido. Sirva no coco também!

Prontinho! Pode tirar foto e postar no instagram! Ahahaha!

Para harmonizar, minha dica é um vinho rosê seco. Tomei o chileno Toro D´oro e adorei. É bem leve e realça o sabor do camarão. Na minha humilde opinião, um vinho tinto iria tirar o sabor do prato.

Outra dica: Para mim a apresentação do prato é fundamental. Capriche na decoração sempre, em qualquer prato! Tudo fica até mais gostoso quando enche os olhos. Eu forrei uma bandeja com folhas de taioba (era o que eu tinha, mas pode usar qualquer folha verde como couve, folha de repolho, folha de bananeira e etc.), coloquei os cocos e umas florzinhas artificiais que eu tinha. Achei que ficou um charme!!!

Bom apetite!!

Teoria 1: Fazer as coisas enquanto se tem vontade

Durante alguns anos fui criando algumas teorias para minha vida e algumas delas eu efetivamente acho que as pessoas deveriam seguir.

A teoria: FAZER AS COISAS ENQUANTO SE TEM VONTADE veio de acontecimentos que marcaram minha infância e me fizeram ser uma adulta que sabe que as vontades que se tem hoje um dia vão passar...

Quando eu tinha uns 6 ou 7 anos de idade morava com minha mãe na casa da minha avó e casa de vó sempre tem coisas que, pra quem tem 7 anos, são absurdamente super legais. Na casa da minha avó tinha uma sala de carpete verde com um sofá de veludo que só ficava trancada (segundo a matriarca da família, ficava trancada para que não sujasse. Oi?? Você tem uma sala linda e não pode usar???). Enfim, essa sala se tornou um mito e meu sonho era passar horas naquele carpete verde, mexendo no toca disco e comendo chips, mas isso só acontecia se estivesse doente: o dia que tava com febre, dor de barriga ou qualquer outra coisa, podia ficar na sala do carpete! Assumo que algumas vezes encostei o termômetro na lâmpada do abajur só pra "ficar com febre" e poder passar o dia inteiro na sala do carpete verde. Os anos passaram, minha avó cansou do carpete, colocou piso frio e eu simplesmente não curti a simplicidade de passar o dia inteiro comendo chips no carpete sem estar doente! Não fiz uma coisa enquanto tive vontade e hoje essa vontade passou...

Além dessa sala sensacional, na casa da minha avó tinha um bauzinho de madeira com absolutamente TODAS as chaves de TODAS as portas do prédio: da dispensa do Sucupira até o quartinho de ferramentas do terraço, esse bauzinho era "o cara"! E claro, minha avó guardava ele na sala do carpete verde e era proibido encostar nele. Ahhh, como eu desejei pegar aquele bauzinho para brincar de espiã e ir tentando abrir todas as portas do prédio... Mas minha avó nunca deixou! Eu cresci, esse bauzinho passou a ser de minha responsabilidade e sempre que alguém precisa de alguma chave eu tenho que ir lá e procurar a chave da respectiva porta. Só que isso aconteceu quando eu já não tinha mais vontade nenhuma de fazer isso, aliás, eu detesto ter que fazer isso hoje! 

Sei que olhando com os olhos que a maturidade nos obriga, tais acontecimentos são completamente sem importância, considerando que eu era criança e que isso ficou num passado distante. Mas o que quero dizer é que as vontades efetivamente vão passar e se você não o faz naquele momento, por mais que você tenha oportunidade de fazê-lo mais tarde, certamente não vai ter a mesma emoção ou sabor.

Lembra o quanto era bom dormir na casa da amiga quando estava "gostando" do gatinho da sala? Passavam a madrugada inteira bolando planos, falando do jeito l-i-n-d-o que ele sentava na carteira da sala e etc... Imagina fazer isso hoje? Você até tem liberdade pra isso, mas qual a graça? 

Imagina o tanto que eu iria espirrar hoje por ficar a tarde inteira deitada no carpete comendo chips? Haja Polaramine...

Imagina o tanto de coisa que você queria fazer agora, mas que por qualquer motivo, acaba deixando pra uma outra oportunidade...O tempo vai passar e suas vontades vão com ele. O que se faz com vontade é o que dá prazer, não importa se é coisa idiota aos olhos dos outros. Faça o que você tem vontade enquanto se tem vontade, porque as vontades vão passar e nem o sabor da lembrança de um dia ter feito você vai ter! 

Almoce sem salada

Não faça a unha se não estiver com vontade

Termine um namoro falido

Recomece um namoro que antes não deu certo, mas que hoje pode dar

Assista o por do sol enquanto todo mundo tá na correria pra chegar cedo em casa

Acampe

Fale que ame quando sentir isso

Pague caro num boa bebida ou num prato que valha a pena 

Pare de inventar que malha para ter saúde e assuma que gosta mesmo é de se ver no espelho pelada e sorrir com a evolução do seu corpo

Trabalhe duro

De vez em quando gaste o que ganhou com o trabalho duro com coisas que dão prazer SÓ pra você (vale até pagar a suíte master power plus do motel pra uma noite com o gato... ui, ui, ui)

Enfim, hoje me permito ser feliz de verdade com as coisas que tenho vontade! Não me importo se certas atitudes não condizem com minha idade (Aliás, eu nunca li nenhuma "Convenção De Idades" falando o que pode ou não ser feito em cada fase da vida - Aliás(2), eu estou criando minha própria "Convenção De Idade", um dia posto aqui.)

Talvez por agir assim minha pele esteja tão viçosa e radiante (ahahahahaha, ai como eu amo minha modéstia!).

La Rambla, Barcelona. Com minha grande amiga Débora Barcellos

Apresentação

Oi gente!!! (que "gente"? Será que alguém além de mim vai ler isso aqui ??)

Antes de começar meu primeiro post gostaria de esclarecer que eu não sou uma desempregada, esposa de marido rico e que, entediada, resolveu ocupar sua vida fútil lamuriando em um blog.

Adoro escrever, falar, cozinhar, falar, rir, falar, viajar, falar, conhecer coisas novas, falaaaaar, analisar o comportamento humano (oi?!) e etc e por isso resolvi criar um espaço onde eu possa poupar o ouvido da minha mãe, namorado e outros com assuntos que talvez só sejam interessantes para mim! 

Aqui pretendo falar de tudo que me vier a cabeça e por isso já adianto que este blog não tem um contexto específico e muito menos a preocupação de ser adequado aos bons modos que a sociedade exige (queria adiantar meus pedidos de desculpas à minha prima Lílian Miranda, que com certeza ao ler isso vai se decepcionar!).

Enfim, sejam bem vindos ao blog GABIcomPequi  (ah, mais uma coisa: não me perguntem o porque deste nome, achei que rimou e curti. Mais uma vez peço desculpas à minha prima por eu ter colocado um nome que, segundo ela, não está contextualizado com os objetivos!) 

Espero que EU curta minhas postagens, que me divirta com meus causos e que este blog seja mais uma das poucas coisas que eu faço com o objetivo único e exclusivo de me agradar! Quanto a vocês leitores, sintam-se em casa, abram a geladeira e tomem uma cerveja comigo! Tim-Tim!